Descoberta
Na maior parte do tempo me sinto uma péssima mãe, acho que não nasci pra isto. Nuna hora acho que não dou atenção suficiente, em seguida acho que dou atenção demais. Numa hora eles são apaixonantes, na outra quero distância deles. Sim, sim, eu sei que isto é normal, mas no fundo eu tinha dúvidas do meu amor por eles, longe daquela coisa idealizada do incondicional amor de mãe, mas hoje saí que nem uma leoa em defesa do meu filho, aquilo foi tão forte, tão intuitivo, tão visceral que me dei conta do meu amor, não incondicional, não permissivo, mas infinito.
Férias com a família
A vida não pode ser pequena
Quebra de segurança
A violência que a gente vê na televisão e nos jornais nos atinge momentaneamente, ficamos chocados por algum tempo, depois voltamos para nossa vida normal, mas um dia a violência chega até nós e só aí cai a ficha. Na minha casa e no meu escritório houve invasão, ninguém viu, ninguém se machucou, coisas materiais foram perdidas. Primeiro a gente não acredita, depois toma as devidas providências, somente o que nos cabe, o que nos compete, daí ficamos dependentes do alarme, do cachorro, da cerca elétrica, tentando nos proteger e proteger o que temos, ficamos paranóicos, com medo, ansiosos, mas algo mais acontece, lá no fundo do peito, não sei explicar, só sei sentir.
A imagem, bem apropriada, tirei lá do acidcow
Presença da ausência
Eu já fiquei longe dos meus filhos, aliás isto é muito comum, eu saio para trabalhar, vou no cinema eventualmente, viajo mais eventualmente ainda e eles ficam, sempre reclamam da minha ausência, sempre vibram quando chego.
Até ontem, era sempre eu que saía. O filho maior recebeu um convite para ir a praia com a tia e aceitou de bate pronto, coisa que me deixou muito desconfortável, nem um vacilo, nem uma dúvida, sim eu quero disse ele!
Eu sabia que devia dizer vai meu filho, te solta, voa livremente pelo mundo, mas na verdade minha vontade era me agarrar nele e dizer NÃO! Tu vai ficar comigo, pra sempre!!! Não fiz nem uma coisa nem outra, concordei timidamente, me resignei em arrumar a mala dele, fiz mil recomendações e contive bravamente o choro. Passei o dia com um aperto, um nó na garganta, cheguei em casa e procurei por ele, mesmo sabendo da sua ausência, mas sempre acreditando que fiz o que devia fazer.
Serão só 3 dias, 4 noites, mas quem está contando?
Nessa neve tem alegria
Keith Haring
O Mauricio tá sempre me levando para passear no mundo dele, o mundo das artes, das novidades, da tecnologia - muito legal isto!